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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

abba Pai...

Abba, Pai – O Amor de Deus Pai (Introdução)
Abba, Oh Pai! Exclama Jesus no Getsêmani.
Nossa reflexão começa sob o impacto da figura do “pai” nos dias atuais, figura apresentada com papéis sociais definidos e distintos, por exemplo, como o de “provedor”, “protetor”, “educador”, entre outros. Pai definido como “biológico” ou simplesmente como “adotivo” (padrasto). O dito “pai ausente” que, por causa de muitas circunstâncias de trabalho, viagens, e outras ocupações, está ausente do dia a dia de seus filhos. A falta de diálogo entre pai e filho que cria um grande fosso no relacionamento. O distanciamento do pai da família por vários motivos. O desinteresse afetivo ou a falta de qualquer manifestação carinhosa de muitos pais. A falta de assistência aos filhos por parte de muitos. A carência de políticas públicas e sociais que permitam ao pai de nossos dias sustentar com dignidade sua prole. Pai que não reconhece a paternidade de uma criança, até que um exame de DNA assim o comprove. Pai que abandona seus filhos, que, pior ainda, age de forma abusiva, com violência física, moral, espiritual e, mesmo, sexual.

É dentro deste quadro social e familiar que se impõe uma reflexão cristã sobre a paternidade de Deus Pai. Como chamar Deus de “Pai” em meio a uma situação dessas? Quais os aspectos de paternidade são evocados quando alguém invoca Deus como pai? Que campo de significados se abre na mente, na memória, na história intrapsíquica das pessoas quando a figura paterna é utilizada para referir-se a Deus?
É necessário formular essas e outras questões para procurar entender como a linguagem ordinária, transmutada em teológica, afeta nosso conceito de Deus. Isso mesmo, “conceito de Deus”, pois que muitos de nós não temos um relacionamento com Deus, mas apenas um conceito do mesmo. E isso pode ser explicado, em parte, pela abordagem, quase sempre, ontológica que a teologia faz de Deus, usando uma linguagem referencial e filosófica.
Não se trata de trocar o termo “pai” por outro como: “mãe”, “amigo” ou termo que o valha. Todavia, é imprescindível refletir sobre as fórmulas bíblicas de tratamento pessoal com Deus, isto é, perguntar pelas experiências existenciais daquelas pessoas que chamavam Deus desta ou daquela forma. Buscar compreender como a realidade cotidiana afeta a linguagem relacional com a divindade e como cada uma dessas experiências tornaram-se coletivas, porquanto partilhadas por muitas pessoas.
A mudança de foco na abordagem significa a troca de paradigmas, de pressupostos e de enfoque, e é a escolha de novos paradigmas com seus novos pressupostos e enfoque que buscamos. Como proposta preliminar de um novo paradigma colocamos o conceito “relacionamentos”. O pressuposto fundamental é de que os relacionamentos formam a base sobre a qual repousam a afetividade, os conflitos e sua resolução, a partilha de bens (simbólicos, materiais, espirituais e o que mais queiramos colocar), os encontros e desencontros, a satisfação de desejos, o acolhimento, o apoio, o perdão e tudo aquilo que pertence ao âmbito de relações interpessoais.

Quanto ao enfoque, privilegiamos, não a ruptura cartesiana de “sujeito x objeto”, buscamos superar este impasse filosófico pela adoção de uma postura, também filosófica, existencial, portanto, mais concorde com os relacionamentos acima propostos, ou seja, um enfoque “sujeito + sujeito”, que no caso das relações com Deus também se estabelecem por sermos “Imago Dei”, imagem e semelhança do Criador.
Assim, nossa busca por uma reflexão que faça jus a abordagem sugerida passa, necessariamente, pela troca de nossos paradigmas, pela revisão de nossos pressupostos e pela readequação do nosso enfoque. Isso inclui, portanto, revisitarmos nossa tradição bíblica, histórica e teológica, a partir da qual devemos avançar.




Observação:

Esta é a Introdução de um texto maior que pode ser baixado no site do autor. A reflexão completa está em formato de Lições, ricamente ilustradas e coloridas, que podem ser impressas e utilizadas em Estudos Bíblicos, Escola Bíblica Dominical, Células, Discipulado ou como convier.
Temas tratados no texto completo:
1. Definições de "Abba Pai"

2. Abba Pai no Antigo Testamento
3. Abba Pai no Novo Testamento
4. Abba Pai nos Dias Atuais




Rev. Dr. José Roberto Cristofani é Pastor da Igreja Presbiteriana Independente, Doutor em Bíblia e Educador.


Leia outros textos do Dr. Cristofani em: www.sapiencial.com.br

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