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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Para que serve a Filosofia?



Fernando Belo

Uma das maneiras de chamar a atenção para a relevância da Filosofia é sublinhar como os seus conceitos e categorias, com uma história de dois milénios e meio, estão em todo o lado da nossa civilização. Ide ver os manuais das ciências e das técnicas, ide ver os códigos dos juristas, ide ler os textos das administrações dos grandes bancos e empresas, universidades, conselhos de ministros, as crónicas dos jornais e revistas. Encontrar-se-á nesses textos grande quantidade de conceitos que só lá estão por terem sido coisa da discussão filosófica, grega, medieval, europeia: se os tirarem, prevejo que os textos de tão esburacados se tornem ilegíveis (não é difícil fazer um exemplo, com um texto da ministra da Educação, em que se substituam todos os termos dessa índole por três pontinhos, e depois se lho mande).

Em termos de Kuhn: os paradigmas de todas as grandes instituições do Ocidente, desde as ciências até às religiosas e porventura às desportivas, são tecidos dessas categorias, que não são "argamassa": é porque os profissionais que em tais instituições trabalham, como se faz também aqui nesta escola, os aprenderam, isto é, foram previamente instituídos por esses conceitos nos liceus e universidades onde, como se diz, "se formaram". Todas essas instituições da civilização moderna, com seus edifícios conceptuais, só funcionam, só são eficientes (ou não) edifícios por via desses textos que pensam-dizem os seus usos especializados, em que juristas, técnicos, cientistas, administradores e tutti quanti fazem filosofia como Mr. Jourdain fazia prosa.

A Filosofia é a gramática dessa língua conceptual que o Ocidente exportou para as civilizações asiáticas, é a gramática do pensamento inventado por gregos, latinos, medievais e europeus. Tirá-la dos liceus é um passo de gigante para a iliteracia dos especialistas (quando têm de tomar decisões).

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